Madame Bovary. Abri o livro, em francês, edição de bolso, papel semelhante ao jornal, livro que já li mais de uma vez e que tem marcações, sublinhados. Abri aleatoriamente como os religiosos fazem com seus textos sagrados. Não é um texto sagrado para mim, é um texto em que se encontra algo interessante em quase todas as páginas.
Abri aleatoriamente e deparei com uma rusga entre Madame Bovary mãe e Madame Bovary esposa, Emma. De início, isso me fez recordar as três Bovary do livro: a mãe de Charles, a primeira esposa, que morreu, e Emma, a segunda esposa, e a que dá título ao livro.
No trecho da briga entre Emma e a mãe de Charles, ele, o marido, vai ao quarto de Emma, ajoelha-se e pede que ela faça as pazes com a mãe. Ela cede, a contragosto, e “como uma marquesa”, diz Flaubert, se não me engano, estende a mão para a sogra.
Depois, contrariada, atira-se ao leito, chora, desespera-se, faz vir o amante à sua casa e implora que ele a tire daquela situação. “Um amor como o nosso”, diz ela, “deve ser vivido a céu aberto”. Cito de memória. Fim do trechinho, peguei a bicicleta e parti.
Oi Paulo. Escrevi sobre teu “Minha Estrada Real”. Que aventura. Super bacana. Grande abraço.
“Minha Estrada Real: Diário de Viagem”, Paulo Mendes, Recife:Editora Muribara (Cartonera Aberta), 1a. edição (2017), Cartonera 15,5×21 cm, 144 págs., sem ISBN
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