Os tapeceiros de cabelo, de Andreas Eschbach, 256 páginas, com tradução de Petê Rissatti, da Editora Morro Branco.
Este volume foi uma surpresa. Uma ficção científica bem diferente, e vinda de um autor alemão que eu desconhecia completamente. De início, o livro causa estranhamento pois os capítulos parecem contos, com pouca ou nenhuma relação com as outras histórias. Mas, gradativamente, o leitor vai compreendendo que se trata de diversos aspectos de um mesmo tema, de um mesmo universo. O autor soube compor muito bem as histórias, conduzindo a um final que amarra todas, sem deixar pontas. O leitor termina satisfeito, preenchido.
O enredo se passa em um universo em que o ser humano se espalhou por diversos planetas e galáxias. Havia um Imperador quase imortal que foi derrubado por uma rebelião. O novo governo descobre uma galáxia inteira que havia sido esquecida até dos mapas e decide explorá-la. Lá, em milhares de planetas que vivem em um tipo de Idade Média, os habitantes ainda cultuam a figura do Imperador-Deus, e a casta mais proeminente é a dos tapeceiros de cabelo, homens que passam a vida inteira tecendo um tapete de cabelos – providos por suas esposas e filhas – para ser vendido, ao final da vida, e ser transportado para o palácio do Imperador. Excelente e intrigante história. Pena que, aparentemente, vai ser difícil encontrar outros livros do autor em português.