Os tapeceiros de cabelo, de Andreas Eschbach, 1995

Os tapeceiros de cabelo, de Andreas Eschbach, 256 páginas, com tradução de Petê Rissatti, da Editora Morro Branco.

Este volume foi uma surpresa. Uma ficção científica bem diferente, e vinda de um autor alemão que eu desconhecia completamente. De início, o livro causa estranhamento pois os capítulos parecem contos, com pouca ou nenhuma relação com as outras histórias. Mas, gradativamente, o leitor vai compreendendo que se trata de diversos aspectos de um mesmo tema, de um mesmo universo. O autor soube compor muito bem as histórias, conduzindo a um final que amarra todas, sem deixar pontas. O leitor termina satisfeito, preenchido.

O enredo se passa em um universo em que o ser humano se espalhou por diversos planetas e galáxias. Havia um Imperador quase imortal que foi derrubado por uma rebelião. O novo governo descobre uma galáxia inteira que havia sido esquecida até dos mapas e decide explorá-la. Lá, em milhares de planetas que vivem em um tipo de Idade Média, os habitantes ainda cultuam a figura do Imperador-Deus, e a casta mais proeminente é a dos tapeceiros de cabelo, homens que passam a vida inteira tecendo um tapete de cabelos – providos por suas esposas e filhas – para ser vendido, ao final da vida, e ser transportado para o palácio do Imperador. Excelente e intrigante história. Pena que, aparentemente, vai ser difícil encontrar outros livros do autor em português.