Augusto é o proprietário da loja de livros usados, ou sebo, essa palavra um brasileirismo. A loja de Augusto é grande, comprida, entupida de livros.
– Augusto, você ja pensou em abrir um café aqui em uma parte da loja? Onde tem livros, tem café.
– Não dá certo, não, só dá problema. Onde fizeram, fechou.
– Mas Augusto, a Livraria Cultura, por exemplo…
– Você já foi no café de lá ultimamente? Está às moscas.
– Augusto, não fui recentemente, mas é muito movimentado.
– Nada. E as pessoas querem é um lugar para sentar, ficam lendo um livro horas, diz que esqueceu o dinheiro, o cartão, que vai voltar, e nada.
– Mas Augusto, você tem que pensar no lucro do café… Uma xicrinha de café expresso é caríssima.
– Não, dá lucro não. É melhor vender livro que café.