O Xeol

O Eclesiastes tem versos muito bons, profundos, pessimistas, e muito texto que perdeu o sentido, como está mesmo dito na introdução ao livrinho. Até as frases sem sentido soam belas. A introdução diz algo como “o Eclesiastes é um livro compósito, o pensamento vai e vem, repete-se, corrige-se, não há um plano definido”. Isso parece tão tão moderno, proustiano até.

Tanto o Eclesiastes quanto Jó referem-se ao Xeol. Não sabia o que era esse lugar. O Xeol é uma “região dos mortos”, muito distante do céu. Não é, todavia, o inferno tampouco o purgatório. É como uma antessala, onde os mortos ficam reunidos aguardando os despachos da burocracia celestial (ou infernal, quem sabe). O Xeol, assim, assemelha-se ao Hades grego, também um lugar para onde todos os mortos, bons ou maus, eram enviados.