Livro: Vingt milles lieues sous les mers / Vinte mil léguas submarinas
Autor: Jules Verne
Li este livro na juventude, em português, e agora, na era kindle, reli o livro na língua original, em francês. Recordo que havia, na casa dos meus pais, uma coleção de livros de Júlio Verne. Não recordo, exatamente, quantos livros de Verne eu li, mas sei que era fascinado por suas histórias. Aqui vai o link para a edição em português:
Os quatro principais livros de que me lembro são a Viagem ao Centro da Terra, Vinte Mil Léguas Submarinas, Cinco Semanas em um Balão e a A Volta ao Mundo em Oitenta Dias.
Desses quatro, penso que o melhor é a A Volta ao Mundo em Oitenta Dias, que reli recentemente, em francês, e que comentei neste blog. Parece que, aqui, Verne conseguiu equilibrar com maestria os personagens e a aventura, que não tem nada de ficção científica, diga-se.
Esse Vinte Mil Léguas Submarinas também é muito bom. Li com interesse renovado suas 600 páginas (na edição em francês – 512 páginas na edição em português). Ou seja, este é um livro volumoso que prende o leitor. É uma aventura adequada para jovens e adultos, sem distinção.
Essa aventura margeia a ficção científica, visto que não havia submarinos na época em que foi escrita, mas este era um aparelho que, previsivelmente, seria construído um dia.
A aventura decorre do aprisionamento de um cientista francês, seu ajudante flamengo e um arpoador canadense em um submarino misterioso. Os três faziam parte de uma expedição que corria os mares em busca de exterminar o tal submarino. Entretanto, eles imaginavam caçar um animal fantástico e poderoso, um narval, que estaria causando acidentes à navegação.
Quase todo mundo sabe, mais ou menos, a história do submarino Nautilus e de seu intrigante capitão Nemo, que detesta os seres humanos e a terra firme habitada. Os três personagens aprisionados por Nemo participam de várias aventuras dentro e fora da embarcação. Caminhadas submarinas com escafandros, lutas contra polvos gigantes, tempestades, icebergs.
Há algumas partes tediosas quando Verne se põe a descrever as centenas de espécimes de flora e fauna que o cientista tem a oportunidade de observar e estudar. Em relação à técnica narrativa, penso que o personagem do canadense Ned Land é pouco aproveitado e, como ele não tem muito a fazer trancado dentro de um submarino, Verne o esquece. É como se Ned Land passasse a maior parte da viagem dormindo em sua cabine. Ao final, a fuga dos três é pouco elucidada.
Como sempre, Verne gosta de brincar com o nome dos personagens. Um exemplo é o misterioso capitão Nemo, cujo significado é Ninguém, em latim, e do qual nunca saberemos de onde veio e qual o motivo de seu ódio a uma parte da humanidade.
De todo modo, é um livro que se lê com prazer, vale a pena.